A rodovia é toda em pista dupla. Almoçamos na frente de um grande shopping. O calor está por demais.

À noite, dormimos de frente para o mar, mas a temperatura não baixa. Não tem aquele “ventinho” que tudo mundo espera para se refrescar. Pensava que a água do mar nesta região do Pacifico fosse fria, igual à da América do Sul, mas é quente. Coisas de correntes marinhas. Não dá nem para tomar um banho de mar para se refrescar. Aproveitei para fazer a Declaração do Imposto de Renda e enviar para ficar de boa com o Leão. Aliás esse Leão está cada vez mais faminto!!!

Bem, chegamos na fronteira Panamenha, e foi tudo muito rápido. Não esperava que fosse assim. Quando fomos fazer os trâmites na fronteira da Costa Rica foi uma decepção. Não sei o que houve, mas achei o pessoal muito carrancudo e pouco prestativo. Para começar a Costa Rica tem o fuso horário com uma hora a menos que o Panamá. Metade dos guichês fechado. Horário de almoço.

Resolvida a nossa parte na Imigração, fomos tratar de fazer a Importação Temporária do nosso MH. As cópias nem vou falar porque já é de praxe. Faltava fazer o seguro SOA e tirar cópia e preencher dois formulários. Nada complicado. Tudo muito simples. Só que tivemos que aguardar o guichê da seguradora abrir, pois tinha fechado para almoço.

Fizemos o seguro, no valor de USD$ 40,00 dólares. Uma observação: aqui tem seguro para Motor Home, diferente dos outros países nos quais passamos, que não tinham e então não fizemos. Depois disso fomos com todos os papéis para o setor da fazenda fazer os trâmites. Esperamos a boa vontade do funcionário até chegar a minha vez. Sempre orientamos sobre os documentos dos nossos carros, pois eles não entendem muito bem o que está escrito. Com os documentos na frente, vão perguntando e eu respondendo e apontando nos campos dos documentos para eles terem uma confirmação. Assim, acaba saindo uma brincadeira e outra, quebra-se o gelo inicial, e tudo sai com uma energia melhor. Depois vão o fiscal e mais um outro solicitar para ir até o MH para confirmação dos dados do documento. Dão uma olhada por dentro, mas por curiosidade e o outro fiscal pergunta se temos um Perro (cachorro). Digo que o único Perro da casa sou eu. Risadas, enfim não olharam nada, nem geladeira, nem se tinha frutas, verduras ou produto de origem animal ou industrializados. No final, voltamos ao setor, o fiscal dá mais um carimbo (selo) e solicita para passarmos com o carro para fazermos a pulverização. Tudo sem custo.

Dali, alegres por estarmos na Costa Rica, fomos seguindo pela Rodovia Pan-americana que leva o RP2 até a cidade de Palmar. Depois pegamos a rota turística, que é a rodovia do litoral sul que leva o nº R34 para as praias, e escolhemos para passar a noite a Playa Hermosa. Outra coisa: todo lugar tem uma playa hermosa. Embaixo das árvores e de frente para o mar ainda aproveitamos para ver o pôr do sol. Fantástico! Passamos a noite sozinho nesta praia.

No dia seguinte, o movimento veio, com muitos turistas americanos. Encontramos uma brasileira de nome Ana Carina e seu marido americano. Ela de Recife e mora na Carolina do Norte. Deixou o endereço para se passarmos por lá visitá-los. Foi legal ouvir uma brasileira falar com aquele sotaque lindo de Pernambuco. Ficamos até o final da tarde nesta praia e, quando o sol estava se pondo, o dono da barraquinha ao lado veio trazer dois cocos gelados e ainda dois ceviches para nós. Estava uma delícia. Demos uma camiseta para ele de lembrança do Brasil.

Saímos dessa praia, e continuando na R34 fomos a 3 Km da Praia de Dominical, comprar gasolina para o gerador, e voltamos novamente para a Praia Dominical para passarmos a noite de frente para o mar, embaixo de muitas árvores. Este cenário se repete por aqui.

Venho aqui incansavelmente falar sobre o calor, mas estamos sentindo muito mesmo. Como os nossos acampamentos são todos Free (0800) até o momento, temos que utilizar o gerador para termos energia elétrica para o ar condicionado. Infelizmente, mesmo de frente para o mar, não tem nenhuma brisa. As praias são lindas, o pessoal muito bacana e encontramos sempre Overlanders. Aí cada um conta um pouco das suas viagens, o que pretende fazer, enfim, troca de experiências. O amanhecer foi muito lindo. Acordamos no horário local às 05:30 horas da manhã. O nosso corpo já está habituado ao horário antigo da região norte da América do Sul. Ou seja, 1 hora a mais.

Depois de muita conversa na noite anterior, sobre o clima, e também em função das praias, que são belas, mas como vivemos na praia queremos outras paisagens, como vulcões, montanhas e lagos, resolvemos mudar o nosso trajeto. Seguimos pela R34 até Barú. Depois pegamos a R243 até San Isidro de El General, onde fui fazer câmbio no banco e comprar um chip para o celular. Outra informação: aqui vale a pena fazer o câmbio nos bancos, levando o passaporte. Vale a pesquisa entre eles também, foi o que melhor pagaram e é mais seguro.

De San Isidro El General voltamos a pegar a Rodovia Pan-americana RP 2, novamente para subir as montanhas, passando pelo Cerro de La Muerte, e explorar esta região da parte norte. O Cerro de La Muerte é uma serra muito longa, que chega ao 3.147 metros acima do nível do mar. A temperatura mudou bastante, na casa dos 18 °C, dando um belo refresco para nós. Chegamos na portaria do Parque Nacional Los Quetzales, praticamente no final do horário de trabalho, que era às 03:30 horas, e assim, resolvemos passar a noite na frente da portaria do parque, para amanhã fazermos uma caminhada numa trilha. A noite rolou uma canja de galinha regada com um vinho.

Acordamos cedo, com um dia lindo de sol e a temperatura muito agradável. Tomamos o nosso café da manhã, demos uma arrumada na casa e fomos fazer a trilha do Ojo de Agua. A trilha tem em torno de 2 km, no meio de uma mata úmida, com várias espécies da flora, e no silêncio a gente consegue escutar e observar alguns pássaros. Vimos várias espécies de beija-flor. Vamos abrir um parêntesis: A Costa Rica, sendo um país pequeno, tem mais de 190 reservas biológicas, parques nacionais e refúgio da vida selvagem. No planeta, poucos países se comparam a Costa Rica pela diversidade da Flora e da Fauna; por exemplo, ela tem 5% das espécies de borboletas identificadas no mundo. Tem a maior diversidade de pássaros do mundo, com mais de 850 espécies identificadas, correspondendo a 10% do total conhecido mundialmente. Outra coisa interessante: não tem exército, pois tornou-se neutra e grande parte da economia refere-se ao Turismo. Aqui é o paraíso dos americanos, pois não faltam turismo de aventuras.

Depois de duas noites dormidas em frente ao PN Los Quetzales, vamos seguir pela PN 2 até a cidade de Cartago e depois vamos pegar a R224 até Orosi, circular o Lago Cachi, onde muitos lugares interessantes para conhecer.

Circulamos todo este vale em volta do Lago Cachi. Lugares muito lindos e bem aconchegantes, pois são pequenas comunidades e os lugares são bem tranquilos. Em Cartago, vimos um Supermercado do Walmart, com belo estacionamento, e paramos o nosso MH na sombra para fazer umas compras. Resolvemos aproveitar o local da sombra e fazer o nosso almoço. Depois, continuamos até a cidade de Paraíso e depois até Orosi. Em Orosi tinha uma competição de Mountain Bike. A cidade é pequena e estava completamente cheia de visitantes. Outra observação: O Costa-Riquenho pratica e muito andar de bike pelas montanhas e também pelo interior. É um esporte praticado em todas as idades e também todos os físicos. Passamos pela represa e fomos até Ujarrás, cidade à beira do lago que tem um parque muito arborizado e uma ruina de uma igreja do ano de 1681, e que com o terremoto de 1822 ficaram somente as ruinas que são muito visitada. Dormimos duas noites em frente ao parque e aproveitamos para pôr a casa em ordem.

Acordamos no nosso horário normal, tomamos o nosso café e preparamos para partir. Antes disso, ligamos a máquina para lavar louça, enchemos o tanque de agua potável e rumamos para San José na Autocori, revenda da Iveco da Costa Rica, para fazermos uma revisão. Trocamos as pastilhas de freio, óleo e também todos os filtros. Enquanto estavam fazendo a revisão a Valk estava fazendo um risoto para o nosso almoço. Depois que terminou a revisão seguimos para o Parque Nacional Vulcão Poás. Quando chegamos, estavam fechando o parque. Por isso, passamos a noite na entrada do parque próximo ao Vulcão Poás.

Como de praxe, tomamos o nosso café da manhã e na entrada do parque tinha uma fila de ônibus e mais alguns carros aguardando a abertura do parque. Nós estávamos tranquilos, após a chegada dos guardas, e depois que as excursões entraram no parque, fomos entrar também. Paga-se a entrada e também o estacionamento, podendo ficar até às 03:30 da tarde. O parque é muito bem estruturado, com vários banheiros, loja e um bom café. Seguimos duas trilhas: a primeira direto ao mirante do Vulcão Poás. Fantástico!!! Depois seguimos a trilha até a laguna Botas. Encontramos vários tipos de pássaros e também esquilos. A vista também é maravilhosa. Fizemos o nosso almoço e mais tarde seguimos para o Zooaves para ver se encontramos o pássaro símbolo da Costa Rica, o Quetzal, assim dizia o guia que tínhamos. Ledo engano, não tinha nenhum da espécie. Como não tinha lugar seguro para passar a noite, pegamos a R01 e dormimos num posto de combustível.

Acordamos não muito cedo, mas o sol já estava bastante firme. Tomamos o nosso café da manhã, e, como de rotina, reabastecemos o nosso MH, e aproveitei para colocar meio litro de Actoil no diesel, pois assim evita acumulo de sujeira e água e ainda atua na limpeza dos componentes injetores.

Isso praticamente é a nossa rotina diária. Tem gente que quer fugir da rotina, mas não tem jeito, acabamos criando outras. Mas, nem tudo que é rotina é ruim. Precisamos delas para termos um padrão de segurança, pois são muitas as coisas a se verificar e um item mal-avaliado pode pôr tudo a perder. Então, bem-vinda, rotina.

Dito isso, rumamos pela R141 até a Ciudad Quesada (San Carlos). Esta rodovia é um eterno sobe e desce. Depois de chegar a quase 2.400 metros voltamos ao nível do mar. Descemos esta estrada com muitas curvas e caminhões enormes, dividindo a pista estreita e ainda por cima cuidando dos freios. Depois pegamos a R142 passando pela La Fortuna e Tabacón, avistando o Vulcão Arenal com seu estilo totalmente cônico. Fantástico! E em seguida, entramos para o Parque Nacional Vulcán Arenal (2 km de estrada não pavimentada e com pedra). Chegamos após as 13:30 horas e resolvemos não entrar, deixando para o dia seguinte. Voltamos até a R142, circulando todo o Lago Arenal até a cidade de Nuevo Arenal, onde tem um parque municipal à beira do lago para passar a noite. O lugar é muito bacana, com árvores e iluminado à noite. Fica a uns 10 minutos a pé do centro da cidade. E ainda por cima é grátis!!!

Ficamos 3 dias para descansar, nadar no lago e também lavar o nosso MH que desde que sai de casa não lavei. Como tinha água disponível, resolvi lavar. É sempre bom achar um lugar tranquilo para descansar, admirar a paisagem, pois tem muitos pássaros, esquilos e ouvimos bem próximo gritos de bugios (macacos). O pessoal também pesca no lago. Amanhã novamente pegaremos a estrada.


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