Uma coisa importante a saber é que nesta região das montanhas, as Estações de Serviços (conhecidas por nós como Postos de Combustível), não querem permitir passar a noite no caso de MH, algo que percebi somente nesta localização. Alguns deles tem estacionamentos (Parqueadores) que cobram por isso, mas tem que dormir no hotel pertencente aos mesmos. A maioria deles tem alojamentos. Bem, no nosso caso, nem pensar. Seguimos adiante até cseguirmos um lugar para passar a noite, pois muitas vezes conversamos com pessoas de restaurantes e nos deixam estacionar.

Cartagena na parte antiga da cidade é belíssima, com muitas cores vivas. Muito teatro, música e entretenimentos. O pôr do sol é incrível, e ainda tivemos a sorte de ter a lua cheia. Ficamos nos primeiros dias num hotel/camping onde tinha estacionamento. As condições para ficar hospedado eram muito simples e a visão de quem está estacionado não era muito boa.

Contratamos os serviços aduaneiros de transbordo do carro com a Enlace Caribe, com os proprietários Luís Ernesto e Sonia. Muito prestativos. Os funcionários também, como o Sr, Francisco e a Srta. Carolina. Essa última teve um pequeno erro que me atrasou um dia em Panamá para retirar o carro. Mas os demais foram impecáveis e paguei um preço justo para enviar o carro via Roll On Roll Off. Para entender, desta forma o MH vai dentro do navio. Muito mais tranquilo, igual aos carros novos que são exportados ou importados. Teria a opção de ir com container flat rack (container aberto), mas tem o risco de avaria e também tem o fator altura do carro. Poderia ter feito pessoalmente, mas no meu caso já vim preparado para pagar o preço, pois a burocracia é muito grande. Não é complicado, mas como se trabalha com pessoas, as vezes elas não tem o desejo de fazer um trabalho onde o cliente saia satisfeito. Parece que o interesse é procrastinar. Falta boa vontade. Tivemos sorte, pois chegamos e logo contatamos eles, e iria sair um navio no domingo dia 12/03/2017.

Acertamos tudo e na quinta feira levamos o MH para o porto Bahia. Aí mudamos de hotel para outro mais novo, com um preço muito bom e que tinha até piscina, sem falar no excelente café da manhã. Muito bom atendimento e muito perto da cidade Histórica. Íamos a pé para tudo. A empresa fez todos os trâmites e no sábado à tarde fomos fazer a inspeção de narcóticos. Ouvimos muitos relatos de pessoas que fizeram este mesmo trajeto, e que tiveram que tirar tudo do MH ou carro e pôr na pista. Quando chegamos para a inspeção, o pessoal da agência não entra dentro do porto, então perguntei como deveria fazer. O funcionário do porto disse que teríamos que tirar tudo de dentro. Pensei, não pode ser desta forma. Expliquei que era uma casa e seria praticamente impossível fazer desta forma. Perguntei: Posso falar com o Policial para explicar o que é um MH? Disse que sim! Tinha um suíço comigo, mas eles são muito fechados, e estava muito mais preocupado, pois o carro dele era um MH MANN. Até brinquei, pois tinha espaço de botar o nosso MH dentro e pagaríamos menos. Bem, brincadeira a parte fui conversar com o policial, com o nosso jeitão brasileiro: gostar de conversar, bom humor, paciência e muita sinceridade na proposta. Ele está atendendo a outo carro, e depois de explicar tudo, solicitou que abrisse o carro para refrescar dentro e que iria a seguir. Chegou a minha vez, recepcionei ao entrar na minha casa, fui abrindo todas as portas, ele olhou, tirou fotos e nada mais. Viu que está tudo organizado, não precisei tirar nada do lugar. Olhou tudo e não foi feita nenhuma bagunça; já que a Val ficou no hotel, fui cheio de recomendação, mas deu tudo muito certo.

Tudo resolvido no porto, fomos atrás de passagem para o Panamá. Aí foi de penar. Não tinha voos. Então para ter emoção compramos passagem para Bogotá e pensamos que teríamos muitas possibilidades. Ledo engano. Não tinha muita opção… fomos à Viva Colômbia, empresa aérea. Na fila, como muita gente, mas a reclamação contra essa empresa era muito grande. Coisas como cancelamento de voo e um atendimento muito mal. Mas em um certo momento tinha um preço muito bom! Chegou a um terço do valor da empresa Avianca. Tinha para somente dia 14/03. Ficamos muito preocupados e ouvindo as pessoas na fila. Enfim, a empresa não inspira confiança, pois foi demonstrado nas reclamações da fila, sem a mínima consideração… resolvemos não correr o risco. Voltamos para a Avianca e conseguimos o voo de segunda-feira à noite.

Chegamos na madrugada de terça-feira na cidade do Panamá. Fomos para o hotel que reservei via Booking.com pelo celular. No dia seguinte, fui seguir os trâmites que a Carolina da Enlace Caribe me passou. Aqui no Panamá é tudo em dólar. Então, contratei o taxi para o endereço e nada deu certo. Corremos até o meio dia. Foi quando percebemos que houve um erro da Carolina da Enlace Caribe. Ela confundiu os trâmites. Pelo horário não adiantaria recomeçar. Deixamos para o dia seguinte. Fomos para um Shopping almoçar e esquecer o que deu errado. No Shopping, não achamos nada barato. Compramos em melhores condições no Brasil e sem ter que sofrer com as variações do dólar. Tratei o taxi para o dia seguinte às 07:30 horas no hotel para rumarmos para a cidade de Colón no Puerto Manzanillo. Quando chegamos ao porto, ao conversar com o guarda sobre os tramites, nos apresentou o Sr. Felix Niño (fone (507) – 68093224), agente que me cobrou USD$ 60,00 dólares para fazer todos os trâmites. Foi a melhor coisa que fiz. Conhece todos os caminhos. Não fosse por ele e chegando cedo, não sairia até às 03:00 da tarde com o carro. A Dian (Aduana) trabalha até esse horário. O Sr. Júlio (507) 64340699 do Taxi que ficou o dia todo à disposição (paguei USD$ 120,00). Tivemos que fazer seguro na cidade de Colón, que fica longe do porto. Pessoas de confiança e que agiram corretamente comigo. Foram muito justos com os preços e considero que foi muito satisfatório. Pensava que sairia mais. Quem está lendo pode pensar que paguei demais. Não tem como comparar com o Brasil. Aqui qualquer trajeto no mínimo é USD$ 10,00. O porto de Colón é muito longe, 73 km. Sem contar que na volta o Júlio veio na frente, pois tem um problema na Autopista que não tenho um tipo de passe livre para passar nos Pedágios dessa rodovia. Não existe cobrador. Turista não pode dirigir neste trecho, então nos trouxe direto para o hotel.

Foi um dia de muita correria, mas também de muita felicidade de encontrar a nossa casa. São momentos muito distintos. Quando deixamos ele no porto para embarcar, foi uma certa emoção de tristeza, vazio, não é muito confortável ver ele partir. O segundo momento, quando recebemos o MH, foi de alegria por ver a nossa casa de volta e pensar que podemos continuar a realizar o nosso sonho.

Eu não vou falar aqui abertamente sobre o custo de embarque e a retirada do carro no porto. Mas caso alguém tenha interesse posso repassar no e-mail particular.

Conto no próximo post sobre o Panamá.


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