Resolvemos tocar um pouco mais, pois não queríamos passar a noite muito próximo da fronteira. A noite começou a cair e na descida de uma vale muito bonito tinha um Posto de Serviço ESSO, com um pátio enorme, e fui pedir permissão para passar a noite. Nos deixou ficar, e passamos uma noite muito tranquila.

No dia seguinte fomos para a cidade de Pasto. Cidade esta com mais de 400 mil habitantes, tem em sua volta o Vulcão Galera, onde na última erupção matou alguns cientistas que estavam fazendo estudos sobre este vulcão. Fomos a Pasto por dois motivos: o primeiro comprar um chip da Claro para voltarmos a estar conectados e começar a enviar o nosso diário; o segundo foi para visitar o Vulcão Galeras. Eu e a Valquiria lemos o livro em que um cientista sobrevivente contou todo o episódio. Tentamos, mas depois desse fato, não é mais permitido visitar. Tentamos vê-lo por inteiro, mas o clima estava nublado e tiramos apenas fotos e não conseguimos ver a sua fumaça, pois continua em atividade. Tudo resolvido, voltamos a estrada depois de almoçarmos, um risoto que a Val tinha deixado quase pronto, ficando somente para acrescentar o arroz. Isso tudo dentro do estacionamento, onde deixamos o nosso MH.

Passamos nesse trecho no ano de 2004 e aqui na Colômbia continua da mesma forma. O exército está presente nas montanhas, e nas cabeceiras de pontes que dividem os vales, dentro de barricadas. A presença continua muito forte, parando caminhões, motos e automóveis e revistando todos. Nos pararam apenas uma vez, até o momento, e mostrei o documento da fronteira, o qual dava entrada do MH na Colômbia, e nos mandaram seguir.

Ontem tocamos até a cidade de Pereira. Aconteceu algo muito interessante. Já era anoitecer e estamos na rodovia 29 e começou um barulho estranho, como se fosse a correia do carro. Como havíamos descido muito a cordilheira pensamos que tinha acontecido algo com o carro. Paramos ao lado da rodovia, abri o capô do carro e o barulho não vinha do motor. Desliguei o carro e verifiquei que o barulho continuava. Logo, percebemos que a rodovia está coberta por árvores e o barulho era das cigarras. O susto passou, e dormimos num posto de combustível.

Voltamos a subir a cordilheira, numa estrada cheia de curvas, caminhões enormes e ainda por cima em obras. O calor voltou neste trecho e mantinha o carro em giro não muito alto, e de olho na temperatura seguimos montanha acima, mantendo certa distância dos caminhões para ter um ritmo tranquilo. As paisagens são fantásticas em função da altura e das estradas. Seguimos por Medellin e foi até emocionante, pois os carros que passavam por nós nos saudavam com buzinadas e acenos. Aqui em Medellin, já tínhamos visitado a cidade no ano de 2004, e na época estavam fazendo grandes mudanças, inclusive o teleférico para as favelas que depois o Rio de Janeiro também levou a ideia. Quando saímos do Brasil, ouvimos pela TV que estava parado por falta de pagamento.

Voltamos para a Pan-Americana 25 no sentido de Cartagena. Voltamos a subir a 3.500 m. Resolvemos dormir em frente a um restaurante no alto para aproveitar a última noite com temperatura abaixo de 20ºC até cruzarmos a América Central.

A descida foi longa, com muitas curvas e muitos caminhões, e tudo com muito cuidado para não esquentar os freios. A altura é impressionante, com muita água, cachoeiras e muita lavação para caminhões. Depois de voltarmos praticamente ao nível do mar, a temperatura chegou a 41ºC. Quando paramos para fazer o nosso almoço, tive que ligar o gerador para termos o ar condicionado e almoçarmos tranquilos. Continuamos na Pan-Americana e dormimos numa Estação de Serviço próximo a cidade de Sho Gun. Esse pedaço da estrada até aqui não está muito bom, pois tem alguns buracos na pista.

Temos uma coisa pra reclamar da Colômbia!! Os pedágios são muito caros!!! Estamos gastando até o momento o mesmo valor de combustível em pedágios. Até agora os mais caros de todos os países que passamos. Além do mais, os trechos são muito curtos.

Vamos tocar até Sincelejo e fazer câmbio, pois o valor que trocamos já está indo no que comentei acima.


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