O carnaval continuava, pois hoje de manhã sairá o vencedor do carnaval. A Animação estava a toda e o povo estava também pelas alturas, o que consumiram de Cristal, nome da cerveja chilena foi impressionante.

Reabastecemos o nosso carro no Posto da Copec e seguimos até a fronteira. Quando chegamos a fila estava enorme no lado Chileno. Faltava organização, para nossa surpresa. A Fila de ônibus era interminável. Perguntei se era normal na segunda-feira estar assim. E eles informam que sim. Ficamos mais de duas horas, num calor infernal. Quando chegou a nossa vez, informaram que tínhamos que comprar na lanchonete acima dois tipos de papeis. O primeiro referia-se aos dados do carro e também à relação de passageiros. Era em 4 vias. O Segundo referia-se ao documento de entrada no Peru (um para cada passageiro). Nós tínhamos que preencher os dois documentos. Paguei em torno de 1.500,00 pesos chilenos, algo em torno de R$ 7,50 (sete reais e cinquenta centavos). Voltamos ao mesmo guichê, carimbou o de 4 vias e pedi para fazer a gentileza em ser bem econômico no Carimbo do passaporte, pois expliquei que iremos ter muitas entradas e saídas de países até ao final da nossa viagem. Educadamente nos atendeu.

Na Aduana do Peru tudo foi mais rápido, e o terminal novo com mais pessoas para atender, e com banheiros limpos. Isso nos surpreendeu, pois não era assim na última visita em que estivemos no Peru.

Até a esta data, tem uma diferença de horário com o Brasil em -03:00 horas. Após a fronteira, achamos uma sombra e fomos fazer o nosso almoço. Depois, rumamos para a cidade de Tacna, numa temperatura de 40ºC. Fizemos o nosso primeiro câmbio no Terminal Internacional de ônibus, onde os cambistas estão todos uniformizados e são autorizados a fazerem o câmbio. Praticamente o valor do Real e do Soles se igualam na prática, pois R$ 1,00 (um real) equivale a $ 1,05 (um soles, e cinco centavos). Depois fomos ao mercado, comprar frutas e verduras, lembrando que não passam nas fronteiras. Passam somente produtos industrializados ou cozidos.

Seguimos até o centro, e ao lado da Catedral tem a Polícia Turística, onde na frente tem lugar para estacionar os MH até 08 metros mais ou menos. Pedimos autorização da policial e nos atendeu. Ao nosso lado tinha um MH de um francês e família.

Tentamos comprar um Chip para internet, ou fone, mas aqui no Peru não vendem para estrangeiros. Houve mudança na Lei. Uma pessoa do local tem que emprestar os seus dados para que possam fornecer. Vamos continuar na peregrinação de rede wifi …

Arequipa, curvas e mais curvas, sobe e desce. Enfim chegamos. Já no início o GPS nos mandou para um bairro onde tinha uma rua do mesmo nome. Muita volta, ruas estreitas, sobe e desce, entra numa rua, segue pra outra, tudo tranquilo. Ainda bem que escolhemos e fizemos o carro de rodado simples e de 6,90 metros. Se não… Está se virando muito bem nestas cidades históricas. Escolhemos ficar no Hostal Las Mercedes. Lugar muito legal, com o atendimento da Sra. Úrsula e o Sr. Germano, impecável, com muitas dicas de turismo. Indicou um casal de dentistas muito bacana, Dra. Marta e Dr. Fernando, que nos atendeu de pronto. Aqui no Hostal é permitido ficar Motor Home e por sinal tinha 06 da França, 01 da Espanha, 01 da Alemanha e nós, é claro, do Brasil. Tudo muito perto do centro histórico, onde se pode fazer tudo a pé, e também tem um grande supermercado de nome Plaza Vea, que fica a mais ou menos 300 metros de distância do Hostal. A Internet é muito boa e o preço da estadia é bem acessível, sendo $22,00 (vinte e dois soles) por pessoa. O MH não paga.

Depois de percorrermos os pontos turísticos a pé, ainda fizemos um Tour de 04 horas pelos pontos turísticos mais distantes.

Aqui em Arequipa depois de muita luta conseguimos comprar um chip da empresa BITEL, com o número do passaporte. Assim ficou, $5 soles o Chip e mais $ 30 soles por 2 Giga de internet por 30 dias. Poderia comprar de outras empresas também como Claro, etc. Mas esse foi mais em conta e em conversa com outros viajantes funciona muito bem. Mais tarde relato se foi bom.

O clima em Arequipa para nós estava agradável, em torno de 19ºC, e de noite fica muito bom para dormir. Dormimos três noites em Arequipa e amanhã seguiremos rumo ao norte em direção à Lima e ao litoral. Voltaremos ao calor.

Pensando nos anos de 2004 e 2005 quando fizemos a nossa volta na América do Sul, nós não passamos por esta região, pois entramos em Nazca e dali fomos em direção para a Bolívia, entrando no Chile pelo Passo Chungará que dá em Arica. A região é muito diferente, com eterno sobe e desce ao encontro do mar do Pacífico. Chegamos no pôr do sol na cidade de Chala, passando a noite numa estação de serviço. Foram poucos os lugares em que visitei, ou melhor, que me lembro, onde o pôr do sol se dá no mar. Na nossa região ele nasce no mar e se põe nas montanhas que é o Oeste. Lembro-me de Jericoacoara no Ceará onde subimos as dunas para ver o pôr do sol no mar. Bem, é diferente e um belo espetáculo da natureza.

Em Nasca fomos comer um Ceviche. Estava uma delícia. Mas abusei na pimenta, ou molho picante. Depois de comer, lembrei-me que estes molhos vão e voltam para a mesa dos clientes e provavelmente não são bem refrigerados. Enfim, uma dor de barriga forte, e tive que tomar remédio (nosso amigo Dr. Calazans, de Balneário Camboriú, receitou um kit de remédios necessários para a viagem), pois senão os nossos 80 litros de água negra (vaso sanitário) iam ser pouco. Na saída de Nasca, na torre para avistar as figuras, encontramos um motociclista do Equador de nome Enrique que é Guarda Parque em Puerto López e também sua esposa de nome Alegria. Fez questão para que nós passássemos para visitar o Parque quando formos para o Equador. Ele está indo para encontros de motociclistas no Brasil. Encontramos também neste mesmo local um rapaz e duas moças da Colômbia que irão até Ushuaia, num automóvel normal, parecido com um Passat dos antigos.

Continuando a nossa peregrinação fomos conhecer o oásis de Huacachina que fica próximo à cidade de Ica. O lugar é impressionante, pois fica no meio do deserto. Resolvemos ficar no Eco camping, lugar onde ficam os viajantes, que também tem barraca para aluguel. Para quem utiliza o seu carro, como no nosso caso, o custo é de $ 50,00 (cinquenta soles) por carro, com direito a usar os banheiros, cozinha e a piscina. E os demais hóspedes alugam a barraca (tem duas camas de solteiro e ventilador) por $ 70,00 (setenta soles) por pessoa e que dá direito às mesmas coisas, mais o café da manhã.

No dia seguinte, rumamos em direção ao norte para passarmos à cidade de Lima que está um caos em função de obras.

É importante realçar a minha impressão quanto ao comportamento dos motoristas do Peru. Isso dá um trabalho de dissertação muito interessante. Acredito que quando nascem o primeiro brinquedo é uma buzina, depois uma bola como no Brasil. Eu tinha esquecido de como eles buzinam, e tem mais, não respeitam nenhuma lei de trânsito. Te ultrapassam de qualquer forma. O trabalho o título seria: “O Poder da Buzina”. Rsrs

Outra observação é que os Postos de Serviços aqui do norte (em torno de Lima), não gostam muito de deixar os estrangeiros passarem a noite lá. Tem que ter muita conversa. Olha que sempre completamos o tanque nestes Postos. Outra coisa: quanto ao combustível, o Diesel é o B5, ou seja, S 50. O Iveco está reagindo muito bem, inclusive melhor do que o nosso S10. A sensação é de que o motor trabalha melhor.

O calor continua. Continuamos seguindo pelo deserto. O que mais me impressiona é a capacidade e a luta dos Peruanos em plantar nestas terras. O presente de Deus ao homem é a água, pois sem ela não há vida. E aqui tá bem comprovado. Muitos projetos agrícolas e também granjas de frangos no meio do deserto. E ainda tem cidades que são a capital do arroz irrigado. Muitas plantações.

Hoje chegamos em Sullana no norte do Peru onde temos os dois caminhos mais usados para entrar no Equador. Um pelo litoral com destino a Tumbes/ Huaquillas no Equador e o outro com destino a La Tina/Macara no Equador. Bem a dúvida é cruel, ou continuamos com o calor de 41ºC que deu hoje ou vamos pegar um clima mais ameno. Nada como uma boa noite de sono para acabar com a dúvida. Contaremos no próximo post.


Compartilhe

Leia outros artigos

36º Diário de Bordo – 15 a 19/11/2018

Todos os detalhes

35º Diário de Bordo – 11 a 14/11/2018

Todos os detalhes

34º Diário de Bordo – 06 a 10/11/2018

Todos os detalhes

33º Diário de Bordo – 29/10 a 05/11/2018

Todos os detalhes