Antes de falar da saída da Argentina, tenho que informar sobre a mudança do nome do Diesel na Argentina nos Posto YPF, que era conhecido como EURO e passou a ser INFINIA DIESEL, com uma tarja verde. Cada Rede de Posto de Combustível tem um nome diferente. Bem, após os trâmites de fronteiras, já informado no post anterior, começou a nossa peregrinação para chegar até San Pedro do Atacama.
Cada paisagem parecia um quadro de tão intensas que eram as cores. Depois de tanta subida, com muita atenção na temperatura, e no conta-giros do carro, pois o ar rarefeito faz o carro perder um pouco de potência e se pisar forte aquece. Depois de tanto subir já era hora de começar a descer. Então, começamos a descer com muito cuidado, pois são mais de 50 km de descida. Descíamos tranquilo, segurando no câmbio, e de novo de olho no conta-giros, dando sempre um toque no freio para manter a potência dentro das especificações. Assim chegamos a San Pedro à noite. Perguntamos por um local para passar a noite e informaram que podíamos estacionar perto do terminal de ônibus na rua lateral da praça.
San Pedro de Atacama não mudou muito desde a última vez que estivemos por aqui. O posto de combustível continua o Copec numa rua lateral… mas algumas coisas mudaram sim, a igreja na praça passou a ter a cor de barro e não mais branco. E a praça que estacionamos o nosso MH na frente da estação rodoviária é um lugar muito tranquilo para passar a noite. A grande dificuldade na região é o quesito água. Nem todos os lugares fornecem água, nem tem torneira disponível nos Postos de Combustíveis. E quando tem, não são potáveis, e sim salobras, com pouco de sal.
De San Pedro de Atacama seguimos pela RN23 até Calama, onde fizemos câmbio de moedas chilenas no grande supermercado Jumbo. Excelente local para fazer o reabastecimento da dispensa. Tudo muito organizado e limpo. Fizemos o nosso almoço no estacionamento do supermercado, descansamos um pouco e fomos reabastecer o carro no Posto da COPEC. No Chile só tem um tipo de Diesel e é de boa qualidade. Completamos o tanque e pegamos a RN24 até ao encontro da Rodovia Pan-americana que aqui tem o número RN 5. As paisagens no deserto se repetem, e com raras exceções aparecem alguns Oásis, onde o verde quebra o tom de areia. O calor continua insuportável, termômetro marcando seus 39ºC, como o clima é seco, não chega a suar, mas aliado à altitude… Dá-lhe líquido, pois se não vamos nos desidratando sem sentir.
Pela RN 5, entramos na I Região do Chile, mais conhecida como Zona Franca. O que encontramos de argentino indo e vindo de Iquique e todos carregando caixa de TV amarrada no teto dos carros. Vimos na TV que nunca houve uma invasão tão grande de argentinos nas praias chilenas como agora. Depois que entramos na Reserva Natural Pampa do Tamarugal fizemos um desvio para conhecer o Oásis de Matilla e Pica. Num completo deserto, são 250 ha de terras que produzem muitas frutas, tudo com irrigação de gotejamento. Estão situadas no deserto dentro de um vulcão e possuem água termal no meio da pedra, água que vertem de puríssima qualidade. Além de tomarmos um banho na piscina de pedra na Cocha Resbaladero, completamos o tanque de água do nosso carro que já estávamos no racionamento. Aproveitamos até para lavar algumas roupas e por a casa em ordem. Passamos duas noites no Parque Valle dos Dinossauros na entrada da cidade. Pica, além de ser o nome de uma espécie de limão, para nós brasileiros quer dizer outra coisa. (rsrs). Mas em “Quéchua” quer dizer:” Flor do deserto”. Realmente é um paraíso, com forte valor histórico.
Saímos de Pica e rumamos para Iquique, como já falei antes, cidade invadida pelos Argentinos, por sua beleza natural e também por ser Zona Franca, onde se compra de tudo. Acredito mais por ser Zona Franca. A cidade tem muito conforto, mas as águas são muito frias. Vi muita gente na areia pegando sol, mas no mar, quase ninguém. O Chile importa muito carro usado do Japão e carros bons são vendidos por até US$ 1.000,00 dólares. Aqui você encontra peça de todo o tipo de carro. Só que se sair desta região para outra região do Chile tem 3 meses de prazo, depois tem que voltar. Senão tem multa ardida. Aproveitamos para ter um breve encontro com o mar, fizemos nosso almoço à beira mar, visitamos o Shopping da Zona Franca e quando o sol começou a diminuir, rumamos pela RN 16 até ao encontro da RN 5. Na descida do passo para Arica, eles estão arrumando a rodovia e isso atrasou muito os nossos planos, assim resolvemos ficar na cidade Cuyo, entrada para XV Região de Arica e Parinacota. As estradas são muito boas, com vários estacionamentos para descansar.
Chegamos em Arica e, para nossa surpresa, em pleno carnaval (10,11 e 12/02/2017). Sábado dia 11/02 começou às 14h00min e terminou por volta das 09h00min da manhã de domingo. Começando novamente às 17h00min. São vários blocos (se assim posso chamar), agremiações de outras regiões, evocando as suas culturas, com bandas de músicas que dão o tom da dança, que se apresentam na avenida na parte histórica, contendo arquibancadas para o povo sentar-se confortavelmente. É o carnaval mais famoso do Chile. Vieram grupos da Bolívia precisamente da cidade de Oruro (que também tem um rico carnaval). A Valquíria prestou atenção com o detalhes nas roupas, bordadas com muito capricho. Realmente muito lindo. Por coincidência nos anos de 2004 a 2005, quando da nossa volta 360º América do Sul, estivemos nesta mesma data onde pudemos apreciar o carnaval das duas cidades (a do Chile e da Bolívia). Não tem comparativo com o do Brasil, nem se é melhor ou pior, a verdade é que é diferente. Então não temos como comparar, e sim apreciar as diferentes culturas e seus modos de expressão.
Por conta do carnaval, tudo fechado e nem Cyber Café funcionando, todo mundo no desfile. Tentei atualizar o blog, mas a internet disponibilizada pelo Governo do Chile é gratuita a toda a população por apenas 30 minutos (depois precisa renovar a senha provisória) e não permite baixar um arquivo com fotos.
Vamos seguir em frente até colocar os dados em dia.
Amanhã seguiremos para a fronteira com o Peru para os trâmites de saída e entrada de país.