Atracou muito devagar e como a maré estava baixa e ficou muito inclinado para sair da balsa. Vimos quando os caminhões e ônibus saindo, encostava a sua traseira no chão. Fomos o primeiro a entrar no ferry e não tivemos problemas em encostar, pois temos um índice de entrada e saída muito bom.
Saindo do ferry tocamos até ao entroncamento com a Ruta 255 CH e pegamos a esquerda em direção até a Ruta 9. Quando chegamos a esse entroncamento tinha vários caminhões fechando a rodovia. Eles deixavam passar todos os veículos, exceto caminhões. Pois era uma greve dos motoristas no Chile em função do preço do diesel. Passamos por ali tudo muito tranquilo e quando chegamos na cidade de Puerto Natales, os postos não tinham diesel. Informaram que no final da tarde chegaria o combustível. Estivemos em vários postos e a conversa era a mesma. Circulamos pela cidade, fomos ao supermercado comprar alimentos e depois seguimos até a fila e aguardamos chegar a nossa vez. Tínhamos que sair com o tanque cheio, pois iriamos circular por dentro do Parque Torre Del Paine e de lá cruzaremos para a Argentina. Enfim, depois de algum tempo, muito liga e desliga o motor do “Bison”, chega a nossa vez. Completamos o tanque e seguimos pela Ruta 9 em direção ao parque. A rodovia que entra no parque passando pelo Monumento Natural Cueva del Milodón, estava fechada em função de obras de melhoramento. Assim, tocamos até a cidade de Cerro Castilho e seguida em direção a entrada do parque pelo Lago Sarmiento. No caminho no lado esquerdo tem o Mirador Lago Sarmiento com vista para Torres del Paine. Paramos para tirar fotos e com um por do sol maravilhoso, resolvemos passar a noite e no dia seguinte entrar no Parque. E para completar o visual a noite era de lua cheia.
Acordamos com esse visual lindo, tomamos o nosso café da manhã apreciando a natureza. Logo, começaram a chegar as vans com turistas que paravam para tirar as fotos das torres. É assim o dia todo, só sossega a noite. Bem, começamos a circular pelo parque até a entrada. Onde pagamos os ingressos, recebemos mapas e tiramos dúvidas. Esta entrada é a da Laguna Amarga e em todas as entradas onde tem o guarda parque podemos estacionar o Motor Home e passar a noite. Se não me enganos são quatro lugares permitidos e tudo free. Você paga a entrada no parque e pode ficar quantos dias quiser. Tudo esclarecido, resolvemos seguir sem pressa em direção ao Lago Grey. Paramos no estacionamento, fui conversar com o Guarda-parque e pegar a autorização para ficar ali. Resolvemos dormir duas noites ali. Circulamos em volta do lago para observar os gelos flutuantes desprendidos das geleiras. O lugar é muito lindo. A noite é fria, mas silenciosa e estrelada, e é logico com um vinho, fica mais interessante ainda. Curtimos muito esses dois dias neste lugar.
Depois, seguimos em direção a beira do Toro Lake, e próximo ao Centro de visitantes, fizemos o nosso almoço. Após o almoço, seguimos para a Cascata Salto Grande e de lá fizemos uma pequena trilha de 6 km, até bem próximo a Torres del Paine. E como sempre neste lugar, ficamos boquiabertos com a beleza, ainda por cima o dia estava ensolarado, maravilhoso. De volta da trilha, como já era final do dia, seguimos até a Laguna Amarga, na entrada do parque, no espaço ao lado do rio, e estacionamos para passar a noite.
No outro dia, seguimos até ao Hotel Torre del Paine e deixamos o “Bison” no estacionamento e subimos uma trilha muito longa e íngreme. Quando já tínhamos andado uns 3,6km, o vento ficou muito intenso, com muitas rajadas, e também a trilha ficou muito estreita e com penhasco ao lado, paramos, pensamos e resolvemos voltar. Estava muito perigoso. Sempre tem um local para um dia quando voltar, visitar. Não adianta forçar, temos que ter bom senso. Cansados e como já estava chegando o por do sol, resolvemos voltar para o estacionamento na Laguna Amarga, e passar a noite com vista para a Torre del Paine. Foi uma noite de muita reflexão e agradecimentos, pois a trilha tinha ficado muito complicada.
Foram dias maravilhosos e nos deixa aquela vontade de voltar. É um lugar daqueles que a gente não se cansa visitar. Ainda mais que pegamos só dias maravilhosos de sol. Nem sempre é assim por aqui. Bem, a vida segue e vamos seguir a nossa viagem.
Mas isso conto no próximo post.