Levamos um susto pelo crescimento da cidade, mas também já fazem 13 anos, as estradas eram outras, mas continua linda. Demos uma volta pela parte baixa da cidade, e entramos na Av. Prefeitura Naval Argentinas. Passamos pela Oficina de Turismo, e próximo tem uma área muito grande de estacionamento para quem pretende fazer o passeio de barco, e também estaciona algumas vans, e carros de quem vai trabalhar nas imediações.  Logo após a Oficina de Turismo tinha dois policiais, perguntamos onde poderia passar a noite. Eles disseram que poderíamos estacionar após as vans e coletivos. Achamos um lugar bem a frente da Bahia de Ushuaia. A noite estava fria, mas muito confortável, ainda mais com o belo visual do Glaciar Martial e de toda marina.

No dia seguinte, aproveitamos o dia para circular a pé pela cidade, subindo e descendo as ladeiras. A parte cima, tem um belo visual da cidade.  Lembro-me que no ano 2005 ficamos 11 dias na cidade, depois de uma grande nevasca. Nesta época ficamos num Apart Hotel bem em cima da montanha, com excelente vista para Bahia de Ushuaia com tudo coberto de neve. O passeio pela cidade, foi muito interessante, pois, podemos constatar o crescimento do local. A noite tinha um pouco de vento, como de costume, mas foi muito tranquilo para dormir.

O dia amanheceu muito lindo, céu azul e assim, resolvemos seguir para Bahia de Lapataia, no Parque Nacional Tierra del Fuego, e chegar a tão sonhada parte final da Ruta 3. Ali marca a distância até ao Alaska, e segundo a informação são 17.848 km. Por isso, é muito importante este local para nós e para outros viajantes que vão até Prudhoe Bay no Alaska. Hoje, Ushuaia não é a cidade mais austral do continente, e sim Puerto Willians do outro lado do canal de Beagle, que saiu da categoria de vila para cidade a pouco tempo. É um pouco mais complicado ir de carro pra lá, por enquanto, mais isso vai mudar.

Ao entrarmos no parque, quando compramos o ingresso o atendente perguntou se iriamos acampar lá dentro. Não tínhamos antes de vir cogitado esta possibilidade, pois na ultima vez que viemos para cá, não era possível. Claro, ficamos contentes por mais essa experiencia. Ele informou que antes da ponte e da casa do Guarda Parque, ao lado do rio, tem disponibilizado uma área grande, ainda com banheiro químico e placa solar para energia. Informou que o Guarda Parque passaria por lá para pegar dados e só tínhamos que informar quantos dias ficaríamos. Outra coisa importante, o preço do ingresso não tem alteração de valor. Melhor ainda! A estrada dentro do parque e bem sinuosa e como todo parque temos que andar devagar e com atenção aos animais que transitam pelo local. Foram dias maravilhosos, caminhando por trilhas e respirando ar puro. Nos finais semana, vem muita gente para campar. Tinha 2 MH de franceses com seus filhos pequenos viajando pela América do Sul. Tivemos a oportunidade de conversar com moradores locais e viajantes e curtir muito a natureza. Inesquecível!

Depois de 3 dias renovadores de energias, seguimos de volta para Ushuaia e de lá resolvemos subir com o nosso “Bison” o Glaciar Martial. A estrada é toda asfaltada, mas com muitas curvas. O visual de toda a cidade é imperdível. Com o carro chega-se na base onde tem o teleférico, mas está desativado. Tem restaurantes no local e hotel. Deste ponto em diante, deixa-se o MH no estacionamento e tem que subir a pé. Você começa a subir com muito agasalho e como o dia estava com sol, você começa a sentir calor, e tirar os casacos, mesmo andando na neve. Estranho e divertido.  Em uma parte da subida tem lama e neve ao mesmo tempo, depois é só neve. Fica um pouco pesado andar, e também temos que ter o cuidado para não escorregar e cair. O bom é ter uma bota de caminhada impermeável para dar mais segurança e conforto para os pés. Esta trilha era usada antigamente como pista de esqui. Continuando a caminhada, chega-se ao último ponto do teleférico e dali segue-se com muito cuidado para não cair num buraco até ao lugar de apoio na montanha. Neste lugar tem 2 bancos para sentar muito disputado, pois é um lugar privilegiado para observar o visual fantástico das montanhas. Vale muito a pena o sacrifício da subida. Ficamos muito tempo passeando por ali, tirando fotos e curtindo toda paz do ambiente. Muitos ainda seguem as trilhas bem mais acima da montanha para fazer snowboard.

Depois que descemos da montanha, fomos ao Shopping fazer compras e voltamos para o estacionamento para passar a noite. No dia seguinte, curtimos mais uma vez a cidade e no período da tarde resolvemos pegar estrada novamente. Importante saber, que ninguém sai de manhã cedo para cruzar o Passo Garibaldi, pois corre o risco de ter gelo na pista. Após o meio-dia não corre mais esse risco e ainda pode dirigir até um pouco mais tarde, pois o dia por aqui é longo. Esse foi mais um aprendizado. Recebemos esta dica de moradores locais.  Reabastecemos o nosso “Bison” de diesel, mais gasolina para o gerador, e aproveitamos para encher o tanque de água para casa, como também de água mineral comprado no supermercado, para encher o nosso reservatório de 20 litros.

Tudo certo, seguimos pela Ruta 3, passamos pela fronteira de San Sebastián até a cidade de Cerro Sombrero, já no Chile, antes da Balsa de Bahia Azul para cruzar o Estreito de Magallanes. Nesta cidade dormimos no centro próximo ao ginásio coberto de esporte. No outro dia seguiremos em direção ao Parque Torre del Paine.

Mas isso conto no próximo post.


Compartilhe

Leia outros artigos

36º Diário de Bordo – 15 a 19/11/2018

Todos os detalhes

35º Diário de Bordo – 11 a 14/11/2018

Todos os detalhes

34º Diário de Bordo – 06 a 10/11/2018

Todos os detalhes

33º Diário de Bordo – 29/10 a 05/11/2018

Todos os detalhes