Conversei com a Valk que aceitou a ideia, pois eles têm que pagar uma taxa adicional ao camping e ainda por cima dividimos o custo do espaço. Rapaziada bem legal que irá descer a América do Sul de moto até Ushuaia em dezembro deste ano. Assim, nossa rotina da manhã foi terminar de lavar roupa, aproveitando a água para a máquina, depois fizemos o dumping e enchemos o tanque do “Bisão” de água e fomos em direção a Salinas. Chegando um pouco antes viramos à direita e entramos na Rod. 101, que nos acompanhará até o extremo sul da Califórnia.

Chegando no final da tarde na cidade de Paso Robles, fomos no Walmart para fazer compras e pedir autorização para o overnight parking. Muito simpática a responsável pelo mercado, que nos disse que o estacionamento é do município e que por eles não teria problemas. Deram a dica de estacionar onde ficam à noite os ônibus da municipalidade. Assim, com vinhos comprados, fizemos a noite do vinho e pizza para o jantar de domingo.

De manhã fui calibrar os pneus do “Bisão”, o que faço a cada 20 dias, pois está sempre rodando e vem se mantendo a mesma pressão em libras. Depois fomos a um posto de combustível para encher o cilindro (botijão) de gás propano. Colocamos 2,3 galões. Após, fomos para a estrada, e depois de Los Alamos paramos num grande espaço fora do acostamento para fazer o nosso almoço e também esperar o sol diminuir a sua força para continuar mais um pouco na estrada.

Assim, após o sol diminuir a sua intensidade, fomos para a estrada novamente e continuamos pela Rod. 101 até a cidade de Santa Bárbara. Ali entramos novamente na Rod. 1 (Big Sur) costeando o Oceano Pacífico e fomos dormir no estacionamento de um condomínio de grandes lojas, inclusive o Walmart, na cidade de Oxnard. No dia seguinte, passamos por Los Angeles, mas não fomos fazer o roteiro de ir às grandes produtoras de cinema, visitar a calçada da fama, enfim, não era esse o nosso objetivo. Depois de passar a grande Los Angeles paramos na Rest Area logo no início da Rod. 5 em San Clemente. Outra coisa a constatar é que as vistas das praias do Oceano Pacifico nos EUA são muito bonitas e as casas são fantásticas, tanto na beira do mar como também nas montanhas da costa. Mas, vamos falar a verdade: em termos de praia as nossas são insuperáveis. Agora se tivéssemos o dinheiro que eles têm em fazer as infraestruturas que tem, dando preferência ao pedestre e a bike, mudaríamos muitas coisas nas nossas praias. Mas creio que ainda temos uma boa chance de fazermos as mudanças necessárias privilegiando o ser humano.

Bem, como já havia comentado no post anterior, resolvemos ir em direção ao México pelo Arizona. Ainda não decidimos se por Nogales por onde entramos ou por um caminho novo, El Paso. Então, já em San Diego, saímos da Rod. 5 (San Diego Freeway) e pegamos a Rod. 805 (Jacob Dekema Freeway) até o encontro com a Rod. 8 (Mission Valley Freeway) a qual, depois de passar por Yuma, onde reabastecemos o “Bisão” de diesel, fomos passar a noite numa Rest Area bem novinha. As Rest Area do Arizona são muito boas, creio que são as melhores da costa que já vi.

De manhã no deserto tem um céu muito azul e a coloração da terra e da montanha dá um visual maravilhoso. E de manhã cedo é bem fresca a temperatura. Logo após o nosso café da manhã e ajustes normais de início de viagem continuamos pela Rod. 10 até a cidade de Marana antes de Tucson, onde dormimos no estacionamento do Walmart. O estacionamento tem grande parte dele coberto com placas solares, e os carros estacionam embaixo delas. Bem bolado, pois tem sol de sobra e isso gera muita energia. Aproveitamos para fazer as últimas compras e também atualizar o blog, e dormimos uma noite muito tranquila.

Logo de manhã, bem mais cedo do que de costume, tomamos o nosso café da manhã e seguimos pela Rod. 10 em direção ao Novo México. Muito linda a região, montanhas e o capricho nas instalações das Informações Turísticas. Aqui foi a terra do índio Gerônimo. Assisti a muitos filmes americanos e é logico que sempre levavam a melhor com os índios, mas o Gerônimo incomodou bastante. Em Vado, no Novo México, reabastecemos o “Bisão” de diesel e gasolina para o gerador e também conseguimos água boa para encher o tanque. Assim seguimos até a cidade de El Paso no Texas e entramos na cidade em direção à Cidade de Juarez no México para os tramites de saída e entrada no México. A saída dos EUA foi simples, pois não teve vistoria no “Bisão”, somente a entrega do papel do visto provisório. Como já tínhamos feito na entrada do México os documentos na Aduana não foi feito nada, somente passamos o carro no Raio X e demos a nossa entrada na Migração, pagamos a taxa de $500,00 pesos cada um, pois vamos ficar mais de 7 dias no México, e pronto. Tudo muito simples e sem tumulto. Depois seguimos até a Villa Haumada pela Rod. 45 para fazer o nosso almoço e pegar uma sombra, pois o calor era forte, mas isso já era por volta das 14:00 horas e aproveitamos para a sesta também. Mais tarde, já mais fresco, fomos completar o tanque de diesel do “Bisão” e continuamos na Rod. 45 até o primeiro posto de pedágio, onde pagamos $164,00, pois o nosso é rodado simples, e aproveitamos para passar a noite no estacionamento do pedágio, pois tem segurança e também porque não viajamos a noite.

Como estamos no deserto, acordamos um pouco mais cedo do que de costume para andarmos um pouco mais na parte da manhã, pois é mais fresco. Assim tocamos a manhã com muito sol e calor, pela Rod. 45 D (Cotas – pedagiada), mas, por volta do meio dia, encontramos uma sobra no acesso da cidade de Meoqui e ali paramos para fazer o nosso almoço, é lógico que com o gerador ligado para fornecer energia e ligarmos o nosso ar condicionado. Sem isso, é de sofrer muito pela alta temperatura, na faixa de 38°C. Quando a temperatura diminuiu um pouco, e isso já era 4 horas da tarde, continuamos pela mesma rodovia, passando pelas cidade de Delicia e Camargo, e na cidade Jiménez passamos para a Rod. 49 D (Cotas – pedágio) e alguns quilômetros adiante dormimos na praça de pedágio. É sempre recomendável no México, pelo menos nesta região, dormir nestes locais que são bem vigiados. Bem, esses são os conselhos dos próprios caminhoneiros e funcionários dos pedágios. Os pedágios são um pouco caros, mas em contrapartida se tem um pouco mais de apoio.

Os nossos dias têm sido assim por esta região. Continuamos pela Rod. 49 D passando por Rio Grande, Fresnillo, Zacateca e Guadalupe e ali no Walmart fizemos umas compras para alguns dias. Tivemos que ajustar o nosso relógio em mais 2 horas, pois mudou na região de Chihuahua. Já era depois das 4 horas quando saímos de Guadalupe e fomos dormir num posto Pemex onde também reabastecemos de diesel e de água potável o nosso “Bisão”.

De manhã, com pouco de frio e chuva fina, temperatura por volta de 15°C e altitude em torno de 2.199 msnm, seguimos pela mesma rodovia até San Luis de Potosí, e ali entramos na Rod. 57 até a cidade de Querétaro, onde dormimos a noite num posto Pemex. Nesse trecho a viagem foi um pouco cansativa, quase não rendeu em função de muitas obras na rodovia, e também porque a pista tinha muitos buracos.

Após o nosso café da manhã, e após verificar se está tudo certo no nosso “Bisão”, continuamos pela Rod. 57 D passando por San Juan Del Rio, até faltar uns 70 quilômetros para a Cidade do México. Na sequência, entramos à esquerda pela Rodovia Arco Norte (tipo rodoanel), passando por Tula, e depois de quase 80 km percorridos entramos novamente à esquerda para a Rod. 132 D (Pedágio). Subimos novamente para atravessar a Serra Oriental, e mudamos para a Rod. 130 D onde começamos a descer praticamente 2.650 msnm. Passamos por vários túneis, viadutos e muitas obras e também chuva e nevoeiro. Como as descidas eram quilométricas, mantínhamos o cuidado com o freio e seguramos o “Bisão” na marcha. Havia várias pistas de fuga para os caminhões sem freios. Após descermos grande parte da serra passamos a noite no estacionamento do posto de pedágio.

Acordamos ainda no escuro, 07:30 horas, nos preparando para continuar a nossa descida pela mesma rodovia. Passando a primeira entrada para Poza Rica, entramos na Rod. 180 D por 40 quilômetros, logo entramos à direita em direção a cidade de Panpantla e depois entramos na Rod. 127 até as Ruínas El Tajín, onde nos anos 900 a 1.150 D.C era o centro político e religioso da civilização Totonaca. Tajín era o deus dos raios e trovões. Na entrada das ruínas tem um mastro enorme onde Los Voladores (os voadores) fazem um antigo ritual Totonaca, jogando-se do mastro e desenrolando da corda até a sua chegada ao chão. Assim, passamos o dia visitando as ruínas, vendo esse espetáculo dos voadores, e dormimos no estacionamento do parque.

Amanhã seguiremos com destino a Veracruz, mas isso conto no nosso próximo post.


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