Tínhamos que manter muito a atenção para não romper com pneu ou aro. Além do mais tinha as inúmeras lombadas, que aqui e em Honduras chamam de TÚMULO. Interessante o nome para lombada. Chegando na fronteira de Honduras o atendimento foi muito rápido, até me surpreendi, pois era término de férias (aqui) e feriado prolongado.
Logo em seguida vem os trâmites de Guatemala. O atendimento foi impecável. A cordialidade foi muito boa. Excelente recepção. Pedimos mapas e folders turísticos e providenciaram de imediato. Depois da imigração fui para a Aduana fazer a importação temporária do MH. Não precisou tirar cópia fora. Providenciaram todas as cópias. Muito legal isso. A atendente solicitou os documentos de praxe, tirou as cópias, preencheu dados no computador. Foi conferir os dados no MH (número de chassi, placa, cor e se era casa rodante – como são chamados por aqui). Voltou ao guichê, preencheu mais dados e imprimiu documento com taxas para pagar no banco rural que estava a mais ou menos uns 100 metros. Aproveitei para sacar dinheiro, pois aqui a moeda chama-se Quetzal, com valor equivalente a U$ 1 (um dólar) igual a Q 7,23 (sete quetzal e vinte e três centavos). A taxa foi no valor de Q 160,00 (cento e sessenta quetzal). Voltei ao guichê com as taxas pagas e ela pegou uma etiqueta e inseriu os dados no documento e foi até ao MH anexar o decalque no para-brisa. Fiquei com o original e a cópia do documento para entregar na saída. Foi tudo muito tranquilo.
Na Guatemala o combustível é vendido a galão, equivalente a 3,785 litros. A medida de peso em Honduras e Guatemala é em libras – 1 libra equivale a 454 gramas. No supermercado temos que fazer alguns cálculos para termos um comparativo dos preços praticados no Brasil. Essa parte é a Valquíria que controla e sabe os preços.
Na Guatemala seguimos pela rodovia CA10, muito ruim também, continuamos pela CA21 até a cidade de Vado Hondo, voltando a pegar a rodovia CA10 até a cidade de Rio Hondo. Dali seguimos pela CA09 até depois da cidade de Morales onde dobramos a esquerda e pegamos a rodovia CA 13 até a cidade de Rio Dulce, onde paramos para dormir numa estação de serviço da Shell. Pagamos Q 40,00 para estacionar e usar água e energia elétrica. Sai mais em conta do que eu iria gastar com gasolina no gerador. O valor total sai em torno de US$ 5,53 (cinco dólares e cinquenta e três cents). Está bom demais, pois com esse calor não dá para ficar sem o ar-condicionado.
Acordamos cedo, conforme de costume, seguimos o nosso ritual de sempre, reabasteci a casa com água e pegamos a rodovia CA-13 até a Aldeia Ixlú. Dali seguimos pela CA-3 passando pela cidade de El Remate até o portão principal do PN Tikal. Dali até as ruinas são em torno de 17 km. Chegamos perto das 15:30 horas e o fechamento do parque são às 18:00 horas. A entrada para visitar as ruínas são no valor de Q 150,00 por pessoa. O museu custa mais Q 30,00 por pessoa. Tem 3 hotéis dentro do parque e dois campings. O valor do camping era de Q 50,00 por pessoa. Achamos caro, pois não tinha luz e era só para estacionar. Resolvemos entrar no parque no dia seguinte e aproveitar bem o dia. Voltamos até a pequena cidade de El Caoba e fomos dormir no pátio ao lado da igreja. Quando chegamos já fui conversar com um morador local, e ele disse que não tinha problema para ficar que ali todo local é seguro. Dito e feito, dormimos uma noite bem legal.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Acordamos cedo e pegamos a estrada até a entrada do parque. Pagamos os dois ingressos e também o do museu. Existe dois museus, sendo que um não precisa pagar, pois é o de pesquisa. O outro sim, pois estão algumas peças e também mostra a saga dos pesquisadores desde a descoberta no ano de 1895. Vale a pena a visita.
Circulamos por todo o parque e este tem uma estrutura muito boa, pois as ruínas são muitas e a caminhada por trilha também. O lugar tem muitas sombras, pois reflorestaram novamente e tem árvores enormes, lugares para descansar, muitos banheiros, lixeiros e quiosques para vendas de refrigerante e salgadinhos. O local é rico em flora e fauna. Avistamos muitos animais em seu habitat natural, sendo que há uma grande diversidade de pássaros, bugios, esquilos e quatis.
As esculturas são enormes, e distantes umas das outras. É o dia todo caminhando no meio da mata. Em comparação com a Copán Ruínas, aqui é muito maior. Fico muito impressionado com estas construções e de uma civilização que tinha muito conhecimento e desapareceu. Existem algumas teses, mas nada é concreto, pois ainda tem muito a se estudar. Continuam reconstruindo as ruínas e a cada trabalho aparecem novas descobertas. A próxima cidade Maia que quero conhecer é a do México e assim terei uma pequena visão deste império que chegou até Guatemala e Honduras. Foi um dia de muito cansaço, muito calor, mas fantástico e inesquecível. Vale a pena visitar. As fotos foram incríveis e de difícil escolha para publicar no blog.
Depois desse dia de muita história e lindas visões fotográficas voltamos para descansar na pequena cidade de El Caoba. À noite caiu uma grande trovoada e até nos assustou. Mas depois refrescou a noite e nem precisou ligar o gerador para o ar condicionado.
Voltamos à rotina normal, café da manhã, organização e limpeza do nosso MH. Depois pegamos a estrada. Seguimos pela CA-3 até El Remate e depois pegamos a CA-13 até Santa Elena e fomos para a pequena Ilha de Flores dentro do Lago Peten Itza. Tem uma rodovia que circula toda ilha e a pé em menos de uma hora se contorna toda a ilha. Esta ilha é ponto de apoio a quem vai visitar o PN Tikal. Os turistas saem de manhã cedo e retornam no final da tarde. Ela em seu entorno é cheia de restaurantes e barzinhos. Tem também barracas de comidas típicas que no final da tarde ficam cheias, pois grande parte dos turistas ficam na orla para fazer o Happy Hour e ver o pôr do sol. A gente fica maluco de tantas formas em que o sol vai se pondo. A influência da luz sobre a paisagem é uma foto em cima da outra. Recomendo visitar esta ilha. Nós paramos o nosso MH numa das poucas áreas que tem de estacionamento e passamos o dia e a noite muito tranquilos.
Acordamos no nosso horário normal, cedo, aproveitamos para apreciar a vista do belo lago e tomamos o nosso tradicional café da manhã. Vocês devem ter notado que essa parte é repetitiva, mas faz parte da nossa rotina. Não dispensamos nenhuma refeição. E cumprimos com todas elas e para nós o café da manhã é fundamental. Depois arrumamos a nossa casa. Se alguém pensa que não tem rotina, tem sim, pois fazemos todas as atividades normal de uma casa. Arrumar a cama, por lixo no lixeiro, limpar o banheiro, varrer a casa e passar um pano úmido, lavar louça, lavar roupa, etc. Essa parte não muda. O que muda é o ambiente e aí fica até mais prazeroso fazer essas rotinas. Não falei da rotina do carro. Tem também, mas isso conto em outro post.
Depois, voltamos a pegar a estrada e resolvemos seguir por um caminho diferente. De início seguimos pela rodovia CA-11 até o rio onde a outra margem é a cidade de Sayaxché. Atravessamos com uma balsa esse rio e seguimos pela mesma rodovia até a cidade de Xuctzul e dali seguimos pela CA-9 até a cidade de Cobán. Passamos uma tarde na cidade e pegamos a CA-14 e dormimos no Hotel Camping Eco Holanda. Fica num bosque, com um lago no meio das montanhas, com muitas árvores e pássaros. Tivemos uma noite agradável de sono. De manhã, a Valquíria aproveitou a luz e a água para lavar roupa. Após reabastecermos a casa de água seguimos pela CA-14 até a cidade de El Rancho, e dali rumamos para a capital Cidade de Guatemala pela CA-9. Na capital aproveitamos para fazer compras no mercado e reabastecer a nossa dispensa. Aproveitei para sacar dinheiro também.
Já estava escurecendo e seguimos pela rodovia CA-10 até a cidade de Antígua Guatemala. Essa era a capital anterior da Guatemala. Cidade tombada pela UNESCO, no ano de 1979, tem suas ruas de pedra e mantém a herança da cultura Hispânica colonial, sendo a primeira capital da América Central. Quando estamos próximos à cidade a rodovia é só descida. Temos que cuidar dos freios para não esquentar muito. Não tem acostamento e tem três pistas de fugas para caminhões que são obrigados a descer pela pista da esquerda. Ainda assim, tem muitos acidentes. Chegamos praticamente de noite e rumamos para o estacionamento da Polícia de Turismo, lugar visto no IOverlander e onde muitos viajantes ficam por aqui, pois é bem central e podemos visitar toda a parte histórica a pé, e além do mais é free. Quando se chega lá, há uma série de regras para estacionar, e só após você concordar eles fazem o seu registro. O local é só para estacionamento, não fornecem, água, luz e nem se pode utilizar outras dependências da Polícia de Turismo. Bem, nós não precisamos de nada, pois já fomos com o carro abastecido de água. Tinha turistas da Holanda, Canadá, Itália e França e nós, os Brazucas.
Realmente o lugar é estratégico para conhecer a cidade. Faz-se tudo a pé. A cidade é muito legal e tem um clima bem agradável. Passeamos bastante por diversas ruas, muitos museus, igrejas e ruínas do último terremoto de 1976. Uma coisa nos chamou muito a atenção, a simpatia do povo local. Visitamos o escritório de informações turísticas e a simpática Susie nos atendeu muito bem. Tirou fotos para mostrar para o seu chefe.
No dia seguinte, cumprimos a nossa rotina de todos os dias, e fomos passear na cidade. Por volta das 10 da manhã resolvemos pegar a estrada em direção ao Lago de Atitlán para a cidade de Panajachel. Pegamos a rodovia RN-14 até a cidade de El Tejar e ali entramos na rodovia Pan-americana CA-1 até a cidade de La Cuchilla. Depois seguimos pela RN-1 passando pela cidade de Sololá, continuamos na mesma rodovia, descendo uma grande serra de pistas íngremes e estreitas até a cidade de Panajachel a beira do Lago Atitlán.
Ao entrarmos na cidade, tivemos que pagar uma taxa municipal de Q 10,00 semelhante à de Bombinhas. Depois fomos ao escritório turístico. A recepção foi de muita surpresa, pois dessa vez a Valquíria foi até o escritório colher os dados do local e o responsável Samuel disse para ela que já estava nos esperando. A Valquíria levou um susto, pois não imagina que a Susie passaria essa informação. Eu estava parado com o MH na frente do escritório, não era um lugar adequado para parar, enquanto a Valquíria estava lá dentro, quando uma policial chegou perto de mim e perguntou se eu precisava de alguma coisa. Pensei logo que ela iria pedir para que eu tirasse o carro. Mas informei a ela sobre o que estava acontecendo e ela simplesmente disse que estava ali para servir, se precisasse de alguma informação ela poderia ajudar. Essa parte da policial achei muito bacana, pela educação, cordialidade e presteza.
Bem, fomos ao estacionamento público perto do lago para passarmos a noite. O lago é lindo demais e ainda sem custo. Não tem nenhum serviço, mas para nós ter um local seguro e tranquilo está bom.
Na manhã seguinte, fomos circular pelo lago. Muitos passeios de barco e também muita gente tomando banho. A água é de cor azul e muito transparente. Muitos bares, restaurantes e lojas de todo o tipo de artesanato. O lugar é pequeno e pode-se circular por tudo a pé.
Amanhã começaremos a nossa saída da Guatemala em direção ao México. Mas isto vou contar no nosso próximo post.